O Cerrado - Março/2003
Categoria:
O Cerrado - O seu Jornal Escoteiro
Editorial
Car@ leitor@ de O Cerrado,
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Equipe de O Cerrado
Recursos para o Movimento Escoteiro. Eles existem? Como captá-los?Por Marcelo Xaud.
Sim. A resposta poderia ser simples assim, mas não resolveria o problema de sustentabilidade da maioria dos Grupos Escoteiros no Brasil. E, poderia ser bem mais complexa... Mas, como quem escreve não é um especialista no assunto, vários erros conceituais poderiam passar. Então, como se atreve a escrever sobre um tema para “doutores”? Ouvindo vários deles e colocando em prática a maioria das dicas de todos. A primeira delas é uma análise do que temos para oferecer: um modelo de educação não-formal reconhecido mundialmente, focado no emponderamento da juventude participante pela concessão gradativa de autonomia (liberdade e responsabilidade), fomentando cidadãos mais conscientes e ativos na sociedade, através do aprendizado pela prática, da vida em equipe, de atividades progressivas, atraentes e variadas, de um acompanhamento pessoal fornecido por adultos voluntários e pela adesão a um código de conduta que exprime a maioria dos valores universais. Tudo isso amarrado por Fundamentos e Princípios sólidos, como a valorização da diferença, fim das desigualdades sociais e pelo desenvolvimento ambientalmente sustentável. Podemos ser mais ou menos abrangentes, mas nosso “projeto” já pode ser analisado só por isso. Trabalhamos com a infância e a juventude, queremos oferecer à sociedade homens e mulheres que sejam melhores cidadãos. Só com estes três temas: Infância, Juventude e Cidadania já podemos correr atrás de financiadores. Mas, quem seriam eles? Uma rápida busca em sítios de busca na internet ou em bibliografias próprias fornece uma série de organizações que podem ser prováveis parceiros do nosso trabalho na nossa área de atuação. Entrar em contato com eles, informando o que fazemos, nossos objetivos e sondando possibilidades de parceria, é uma estratégia simples, mas que pode gerar resultados interessantes. Aos que responderem positivamente, vale entregar um projeto escrito e com uma boa apresentação. Uma ressalva é importante: parceiros fazem o que? Trocam. Para os dois é interessante que atuem juntos. Os dois compartilham objetivos e tem vantagens com a associação. Mas, eles trocam o que? Recursos. E aqui não entra apenas dinheiro. Quanto maior for a noção de recursos (pessoal, contatos, material, dinheiro, etc.) maiores as chances de conseguimos captá-los. Um exemplo: Uma organização tem como objetivo promover a cidadania. Mas, não tem nenhuma ação na sua região. Uma parceria nossa com ele pode ser uma oportunidade de ampliarmos os objetivos de ambos. Na maioria das vezes a troca pode ser de ação por dinheiro. Mas, e se aquela gráfica topasse produzir 1000 exemplares mensais do jornal do seu GE, em troca de sua logomarca impressa? O Grupo poderia distribuí-lo na comunidade circunvizinha, divulgando o Movimento e dando aquele “gás” nos jovens jornalistas. Ah,vale lembrar que vários parceiros podem ajudar, desde que exista transparência e ética entre todos.E sobre este ponto é que deve cair uma atenção especial: fidelização. Não basta que um parceiro apóie o ME e depois desista dele. Ele tem que enxergar, sempre, que os objetivos são coincidentes e que estão sendo atingidos. Para isso, cada um deve fazer a sua parte. Todos os processos devem ser extremamente bem trabalhados. Realizar ações consistentes, manter seu parceiro bem informado e envolve-lo de maneira criativa na execução do seu projeto significa aumentar a confiança e a perspectiva de duração do relacionamento.
Um Outro Mundo. As Mesmas Contradições
Por Marcelo Xaud.
O Fórum Social Mundial, que aconteceu de 23 a 28 de janeiro de 2003, na cidade Porto Alegre – RS, é um evento único. Onde mais pessoas e organizações do mundo todo se reuniriam para tentar construir um novo mundo? Mas, ainda assim este espaço destaca as contradições do mundo onde vivemos. O desafio é realmente grande. Na sua terceira edição, o FSM teve mais conteúdo. Dentro dos cinco eixos temáticos, havia oficinas, palestras, conferências, seminários, mesas de diálogo e depoimentos prontos para receber qualquer tipo de interessado. A maioria das discussões atingia um alto nível, o que propiciava bons debates ou, no mínimo, ótimas notas nos milhares de caderninhos destinados a registrar as informações e experiências. A primeira das contradições aparece aí. Na própria lista das mais de 1800 oficinas podemos nos perguntar: O que significa “Pedalar pedindo” (título de uma delas)? Seria esta uma forma de contribuir para um outro mundo? Talvez, se considerarmos dois “Fóruns”. Um deles para as organizações e o outro para público em geral. Quem esteve representando alguma instituição (pública ou privada – incluindo as de Terceiro Setor), tinha como um de seus objetivos participar (ou propor) eventos que contribuíssem para que o trabalho de sua organização (ou uma outra) se desenvolvesse. Trabalhando os conceitos e os contatos visualizados no FSM, uma organização, por menor que seja, melhora sua contribuição na construção de um mundo menos desigual e participativo. A grande maioria das oficinas vinha suprir esta necessidade. As demais atacavam o “outro” Fórum: onde os indivíduos são importantes. Yoga, auto-estima e alinhamento de energias eram alguns dos temas voltados para pessoas. Aqui, a mudança não depende das organizações, mas estas atividades podem contribuir para indivíduos melhores. As conseqüências são imprevisíveis. E, aqui vejo outra contradição: não há consciência destes dois espaços. Parece que o Fórum é só dos “alternativos”. Não que não existissem muitos deles. Maconha, novos-hippies e anarquistas contribuíram para a diversidade do evento. Mas, não eram maioria e nem trabalharam muito na idéia do FSM em 2003: ser um evento propositivo. Contudo, como propor algo se essa proposta não será avaliada? Como, se os doutores já chegam com idéias fechadas? Como, se as oficinas – espaço onde poucas pessoas trabalham sobre um tema – não foram orientadas as criar estas propostas? Um Fórum propositivo com 12 propostas no penúltimo dia de evento, outra contradição. Podemos creditar boa parte desta pouca manifestação pela baixíssima contribuição do Acampamento da Juventude. Pouquíssimos eventos na linha do FSM e muita gente disposta somente a beber e namorar. Triste... Todavia, a maior das contradições tinha de estar guardada para o encerramento: 1) milhares de culturas e crenças tendo de aplaudir a Bandeira Nacional da República Federativa do Brasil e 2) Um discurso de diálogo amplo da Organização do FSM, mas com sérias ressalvas a diálogos com Davos. Estas foram demonstrações claras de que devemos avaliar e refletir muito sobre o Fórum. Há um potencial enorme, que está sendo desperdiçado. Exemplo? Um amigo, excelente conhecedor de sistemáticas de Redes, saiu com milhares de idéias – prontas para serem implementadas – apenas por participar de uma oficina sobre o tema. Mais um exemplo? No último dia, havia um período livre para que as oficinas encerrassem seus trabalhos. Essa informação foi pouco divulgada e poderia ter sido o diferencial, pois participei de uma – que tratava de um Parlamento Mundial da Juventude – que gerou excelentes debates e a possibilidade de contatos com jovens e adultos engajados e extremamente inteligentes. Os resultados foram tão positivos que é quase certo que em pouco tempo se ouvirá falar neste espaço de juventude no mundo – e feito de uma forma diferente do que já foi feito até hoje. Certeza mesmo só há uma: o clima é diferente. Pessoas sorrindo, debatendo temas espinhosos com vontade e também com disposição para ouvir. Um sentimento de irmandade e liberdade que faz bem à alma. Artistas e platéia de rua, organizações importantes trocando experiências com outras incipientes, jovens falando tanto quanto adultos, crianças reunidas para melhorar o mundo (sim, tivemos um “FORUMzinho”), diversas culturas e crenças conversando em paz. Enfim, foi um evento fantástico! Mas, como? Este texto não foi todo destacando problemas? Sim, outra contradição...Intercâmbio Voluntário com o Paraguai
Por Danilo Farias
Nos dias 24 a 30 de dezembro de 2002 participei pela segunda vez da campanha de arrecadação de doações da ONG paraguaia Corazones Abiertos. O convite surgiu a partir da amizade desenvolvida mediante encontros sobre voluntariado. Foram trinta horas de ônibus de Brasília a Assunção. Só agora escrevendo eu posso entender o que aconteceu ali. Havia cerca de vinte brasileiros que também estavam fazendo o intercâmbio voluntário. Três deles eram meus companheiros do Grupo Interagir. Nós desenvolvemos um trabalho de sensibilização, mobilização e articulação da juventude para questões sociais no Distrito Federal e no Brasil ( www.protagonismojuvenil.org.br ) . Os outros dezessete eram do Centro de Protagonismo Juvenil – CPJ, uma rede de 25.000 jovens do Paraná que atuam em cultura, meio ambiente, políticas publicas, saúde e qualidade de vida, dentre outros temas ( www.pr.gov.br/protagonismo ). A campanha dos Corazones Abiertos consiste em arrecadar todos os tipos de doações (eletrodomésticos, roupas, móveis, sapatos, antiguidades etc) e vender a preços populares. O dinheiro financia as outras atividades da organização (projetos de reciclagem, oficinas de sexualidade, apoio a população carente, dentre outras). O evento tinha uma magia em cada momento. Nos sorrisos, nas rodas de terere (bebida típica), nas conversas, nos novos amigos, em tudo podia se perceber a necessidade de continuar a sonhar e ver que, como me disse um amigo, “um outro mundo é possível”. Estar em um outro país desenvolvendo uma atividade de solidariedade me marcou muito. Quando estamos fora do Brasil os sentimos são ainda mais fortes. Ainda que com saudades do meu país e da minha família, senti uma energia muito grande. Eu posso dizer que me senti tocado nas cenas que pude ver e se escrevo com sentimentos é porque não existe outra maneira. Uma família que estive visitando me recebeu como filho. Com direito a café (especialmente por ser brasileiro) e uma “peña” (roda de violão) em guarani. As desigualdades do Paraguai, como as brasileiras, são muito grandes. Vi carros importados passando sobre ruas pobres. A esperança, levada em muitos casos pela política e pela história, às vezes parece faltar entre os próprios jovens. Estive em contato com aproximadamente 200 jovens voluntários da campanha do Corazones que me encantaram e de quem já sinto muitas saudades. Pessoas especiais. Sempre fazendo festas, brincando e me ensinando que somos “hermanos”. O povo latino é muito especial. Apesar de estar no Paraguai me sentia em casa. Vi jovens comprometidos, responsáveis, conscientes e a frente da ação. Jovens que estão envolvidos como parte da solução das desigualdades sociais do seu país. E tudo isso em meio a um clima de amizade como se nos conhecêssemos há tempo. Durante os dois últimos dias da campanha ocorreram as vendas. Eu trabalhei como segurança num portão. Eu vi um pai saindo com duas crianças e suas “novas” bicicletas (um pouco velhas e talvez com algum pequeno defeito) que tinha acabado de comprar. Naquele momento eu vi um sorriso único. Sentir – se feliz em poder fazer as suas crianças felizes. Aproximar realidades diferentes é mostrar que juntos podemos muito mais. Como os outros problemas parecem pequenos diante de tal sorriso! A cultura paraguaia é muito rica. A culinária apresenta grande variedade e sabor. As danças são muito alegres. O guarani, ao invés de me separar, me unia, aprendendo expressões (a maior parte das pessoas fala espanhol - o guarani é apenas utilizado para expressões ou entre as populações mais carentes). Eu voltei para Brasília certo que ali existe uma grande nação. Formada por homens, mulheres, jovens e crianças que eu respeito muito e tenho grande admiração pelo carinho como fui recebido. Fazer um intercâmbio voluntário com o Paraguai é acordar entusiasmado e dormir emocionado. Na campanha ninguém é obrigado a fazer nada, faz pelo sentimento de fazer parte de algo maior, algo em comum. Apesar de estar longe da família no Natal e Ano Novo, me senti também fazendo parte de uma nova. Volto para Brasília com vontade de seguir os projetos de que faço parte, com muita energia e querendo reencontrar os amigos que ali fiz. Mais Informações http://www.corazones.org.pyOS JOVENS MUDANDO O MUNDO!
DIA GLOBAL DO SERVIÇO VOLUNTÁRIO JUVENIL
11 ao 13 de abril de 2003
Fonte: www.gysd.net
UNA-SE À CELEBRAÇÃO MUNDIAL MAIS IMPORTANTE SOBRE O VOLUNTARIADO JUVENIL E SUA CONTRIBUIÇÃO COM A COMUNIDADE
O QUE É O DIA GLOBAL DO SERVIÇO VOLUNTÁRIO JUVENIL? O Dia Global do Serviço Voluntário Juvenil (DGSVJ) é um evento que se realiza anualmente a nível global. Durante esse dia se celebra, se reconhece e se mobiliza:- o aporte solidário que ano após ano os/as jovens realizam para melhorar suas comunidades mediante o serviço voluntário; e,
- a contribuição que a própria comunidade realiza (Estado-Setor Privado-Sociedade Civil) para empoderar aos jovens.
- Reconheçam as contribuições feitas durante o ano pelos milhões de jovens no mundo todo;
- Recrutem uma nova geração de voluntários; e
- Vejam aos jovens como parte da solução e não problemas para as comunidades.
Taiwan Guinea-Bissau Korea
Você é capaz?
Resposta do último desafio: Nossa... Trens modernos são movidos a que? A eletricidade ou há motores de combustão interna. Por isso, eles não têm chaminé, como as antigas, que serviam para liberar o resultado da queima do carvão - que esquentava as caldeiras que faziam funcionar o motor (a vapor). Então, o trens modernos não soltam fumaça! Nesta edição o desafio é sobre raciocínio rápido, confira:Manual de Instruções: Como Fazer (Quase) Tudo!
Dicas – Barracas
Antes de comprar A primeira coisa a se pensar antes de comprar uma barraca é para que você pretende utilizá-la. Há diversos modelos de barracas no mercado, que variam desde a estação do ano até a capacidade de pessoas em seu interior. Saber quais são as suas necessidades facilita e muito a escolha. E se você costuma acampar em camping ou em locais onde seu carro consegue chegar, não precisa se preocupar tanto com tamanho e peso da barraca. Definidas as necessidades, vá até uma loja especializada e bata um papo com o vendedor, que é a pessoa mais indicada para encontrar a barraca que você procura. Ao escolher o modelo, verifique os sistema de ventilação da barraca e a resistência do material, das costuras e principalmente do chão da barraca. Prefira barracas com armações de alumínio, pois são mais resistentes, leves e não sofrem corrosão. Além disso, entre na barraca antes de adquiri-la, justamente para saber se você cabe nela, evitando ter que dormir com os pés para fora. Como conforto adicional, verifique se o modelo escolhido possui bolsos em seu interior, alça para prender a lanterna no teto e outros confortos que não são fundamentais, mas podem fazer a diferença no acampamento. Cuidados com o equipamento - Monte sua barraca em uma área plana, longe de fontes de água, encostas e árvores; - Use uma lona impermeável sob a barraca, pois isso evita que se acumule água em caso de chuva ou que o solo encharque o fundo da barraca; - Cave uma valeta de mais ou menos 1 palmo ao redor e a alguns centímetros de distância da barraca, para escorrer o excesso de água em caso de chuva forte; - Não guarde a barraca úmida ou molhada, evitando assim que o tecido mofe ou até mesmo rasgue; - Evite lavar a barraca, principalmente com escovas, pois podem danificar a camada que impermeabiliza o tecido. Limpe-a com um pano úmido e deixe secar na sombra. Em caso de extrema necessidade, lave com escova de cerdas macias.Retirado do sítio: www.aventure-se.com
Escrito por: Jony Favaro
Ruim de dar dó! Joãozinho vai fazer uma pescaria com o pai. - Pai, como é que os peixes respiram debaixo da água? - Não sei, meu filho! Pouco depois: - Pai, porque os barcos não afundam? - Não sei, meu filho! Pouco depois: - Pai, porque o céu é azul? - Isso eu também não sei, meu filho. - Pai, você não se incomoda de eu ficar fazendo essas perguntas, não é? - Claro que não, meu filho! Se você não perguntar, nunca vai aprender nada!Pensar enlouquece... Pense!
“Há dois tipos de pessoas: as que fazem as coisas e as que ficam com os louros. Procure ficar no primeiro grupo: há menos competição lá!”.Indira Gandhi
"As coisas sempre têm três lados: o certo, o errado e o que precisa ser feito".
Autor Desconhecido
“Eu posso não ser responsável pelo que fizeram de mim, mas sou responsável pelo que eu faço com aquilo que fizeram de mim”. Jean Paul Sartre Erratas Na edição passada, não encontramos nenhum erro crasso. Isso não quer dizer que não existam. Qualquer leitor que notar, está convidado a nos advertir. Não se preocupem, este espaço está aqui para isso mesmo...
Equipe de O Cerrado:
Ramo Sênior – Carolina Torres Ramo Pioneiro –Danilo Pires, Darlan Rodrigues e Enos de Souza. Colaboradores - Jefferson Matos, Marcelo Xaud, Clóvis Henrique e Thiara Torres.