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O Cerrado - Junho/2002

Categoria: 

Ano III

Edição: Junho de 2002

Veja nesse número:
  • Editorial
  • Nosso Novo Mundo
  • A Grande Turma – capítulo I
  • E o Rondon, como vai?
  • Manual de Instruções–Como fazer (Quase) Tudo
  • Comendo em uma Jornada
  • Viagem à poesia!
  • Você é capaz?
  • Ruim de dar dó!

Editorial

Após algum tempo sem escrever, estamos de volta. Num recomeço...

As plantas do cerrado perdem as folhas para deixar de perder umidade com elas. Algumas ainda modificam, transformando-as em "espinhos". Mas, quase todas investem em caules e sementes resistentes ao fogo

Desejamos a você uma boa leitura,

                                                                                                                                        Equipe de O Cerrado.

Nosso Novo Mundo

Por Marcelo Xaud

    Quando Cristóvão Colombo descobriu a América, o "Velho Mundo" ficou em êxtase. Alguns aplaudiram, outros repudiaram. Poucos ficaram indiferentes. Hoje, não há mais o que conquistar (exceto talvez o fundo do mar) neste planeta. Mesmo assim, os conflitos entre "novo" e "velho" persistem. É assim em qualquer residência – quem nunca brigou com os pais ou com os filhos? – não seria diferente no Escotismo.

    O "Novo" Programa de Jovens tem causado arrepios em muita gente. O próprio MACPRO ainda não foi digerido por alguns escotistas. Não podemos generalizar, mas se observarmos esse comportamento veremos, na maioria dos casos, que ele advêm de três processos: resistência, ignorância e ciência. Considero a resistência o mais difícil dos itens, por isso o deixarei para o final...

    Quando alguém não conhece um assunto, o ignora. Então, é um ignorante no referido. Não no sentido pejorativo, onde o que ignora é tido como inútil ou burro. Ignorar aqui é apenas não conhecer. E isso se aplica ao MACPRO. Obviamente, as mudanças que ele vem inserindo no Movimento Escoteiro tem sido gradativas. Mas isso não elimina a dificuldade de acesso (conhecimento) dele e de suas fases – em uma das quais entra a atualização do Programa. A informação pode simplesmente não chegar, ou ter um custo para isto. O problema existe, mas a solução também. Redes de Informação que utilizam os "nós" como multiplicadores e uma política de Captação de Recursos ajudariam bastante.

    Já a ciência é um assunto interessante. O "ciente" tem conhecimento sobre um assunto. Leu, se informou, estudou. No caso daquele que ainda assim se arrepia, pode-se aproveitar mais do que se imagina. Um Método de Atualização de Programa que se diz permanente tem que estar em constante avaliação. E são as pessoas que enxergam "chifres em cabeça de cavalo" as que dão o passo inicial nesse ato de reflexão. O detalhe é que se sabe o que é um chifre. Então, a ciência não é um problema nem quando ela não se preocupa em atingir esferas superiores. O estudioso fica "abrindo os olhos", fazendo outros cientes. Uma hora eles vão ter que reclamar. E se a coisa está mesmo errada (ou é irreal) temos que atualizá-la.

    O grande problema é com os resistentes. Permita-me ser parcial e gastar mais parágrafos com estes. Os resistentes são aqueles que fazem "pirraça". Não querem nem saber de atualização. São os que estão confortáveis sem ter que se informar, adquirir conhecimento, se reciclar. Tem acesso à informação, mas não querem adquiri-la. Eles assumiram uma postura de rejeição. E porque estes são os piores? Eles não contribuem em nada! Não fazem críticas construtivas, não implementam adaptações e não propõem alterações. E dependendo do "gênio", ainda atrapalham os que querem colaborar. Aliás, colaborar em quê?

    O "Novo" Programa enfatiza o processo. As atividades têm objetivos educacionais bem definidas, complementares em cada Ramo. O jovem é o foco e a patrulha é uma célula imprescindível no processo educacional. Trabalha-se na plenitude do indivíduo e ampliou-se a importância do acompanhamento pessoal. Todo o resto é sistematização e criatividade. O "Velho" Programa enfatizava o momento. As atividades também tinham objetivos educacionais, mas eles estavam implícitos em um esquema de atividades que poderia "engessar" a criatividade. Trabalhava-se a técnica escoteira como objetivo. As diferenças são estas. O restante só ganhou uma roupagem moderna.

    Então, porque a resistência? Primeiro porque velhos problemas ainda existem: A gestão de adultos é ineficiente, os escotistas não dispõem de tempo para preparar atividades e é caro participar do Movimento – seja como chefe ou como membro juvenil. O detalhe é que existem outros três argumentos que facilmente derrubam o "status" de problema dado a essas situações – e sem considerar que todos enfrentam estes problemas.

    Em primeiro lugar, trabalhar bem o sistema de patrulhas exige um número razoável de escotistas – é preciso acompanhar individualmente cada jovem, levando em conta a avaliação de seu desenvolvimento visto por vários ângulos (o do próprio jovem, o da patrulha, de sua família, etc.). Dessa forma, ter um só chefe não é mais possível. Agora, isso é motivo para "arquivar" o Programa de Jovens? Não seria mais um desafio ao Grupo Escoteiro no desenvolvimento de uma estratégia de Gestão (captação e manutenção) de Recursos Adultos?

    Já o tempo é um assunto delicado. Como arrumar espaço na agenda – preenchida pela família, trabalho, estudos, etc. – para acompanhar cada um (pelo menos 05) desses jovens? Só posso conceber uma resposta: tirando-o do ato de "programar". Parece uma heresia, mas consideremos a nova sistemática funcionando plenamente: As patrulhas visualizam seus problemas (que na maioria das vezes tem a ver com os problemas de cada jovem individualmente), propõem atividades que tentarão solucioná-los. Algumas dessas podem também resolver problemas comuns em todas as patrulhas (visualizados pela Corte de Honra) e talvez até virem atividades de Tropa. Os jovens também passam a programar. A Equipe de escotistas amarra as pontas e zela por outros fatores (segurança, respeito à Lei Escoteira, prazos regionais, etc.). As atividades de patrulha serão acompanhadas por um escotista (e por um pai, se necessário) e as de Tropa por todos eles. Não parece ser preciso doar "pouco" tempo neste contexto? Então, o restante dele seria utilizado para acompanhar cada jovem, entrando em contato com a família, escola, observando as atividades, estimulando... Uma gama de possibilidades. O problema é chegar a este nível. Mas, não seria este um futuro compensador?

    Se não fosse caro. Os livros (dos jovens e dos escotistas) têm um alto custo. Atividades escolhidas pelos escoteiros geralmente exigem um gasto não menos oneroso. Poucos poderiam sustentar, por muito tempo, essas atividades, pois requerem muitos recursos. Taí, este é um problema! Será? Uma política de Captação de Recursos também ajudaria neste ponto. O tripé (recursos próprios, doações e parceiros) poderia ser facilmente composto no escotismo. De que forma? B-P sempre recomendou que as patrulhas garantissem os recursos de que iriam precisar. A única restrição que encontrei foi em relação à usura – presente, por exemplo, na revenda de produtos (como refrigerante) em festas. O jovem deveria fabricar um objeto e vendê-lo (os recursos próprios); Poderiam ser organizados bingos e leilões com materiais doados, via meios legais. (doações); Instituições da comunidade circunvizinha ou com interesses alinhados (como uma escola) poderiam ser parceiros de Grupos Escoteiros ou apoiando projetos e atividades pontuais. E a criatividade só acrescenta "pés" na forma de captar recursos. E quanto mais ampla a noção de recursos, melhor.

    Novamente o trabalho é monstruoso no início. Mas um Grupo empenhado resolve estas dificuldades facilmente. Mas, os resistentes têm de ser dobrados senão nada feito. E como dobrá-los? Ah, só com resultados e criatividade. Mas, pode ser uma boa falar que, antes de Colombo, muitos outros povos já haviam visitado o continente Americano. Quer dizer, o Programa é novo, mas não é uma novidade. Então, que tal testar – com vontade – um sistema que outros já testaram e deu certo? No início vai ser difícil, mas os resultados podem, e vão ser, gratificantes.

A Grande Turma – capítulo I

Por Clóvis Henrique

    Qualquer semelhança com fatos reais é pura coincidência. Ou não. Um grupo de crianças se encontra freqüentemente aos sábados pela tarde para brincar e se divertir ao ar livre. Algumas foram levadas até o local por seus pais, meio que obrigadas, outras se interessaram pela fama da grande turma e pelas diversões oferecidas e outras chegaram por intermédio de amigos.

    Na grande turma o que interessa é a diversão, tudo supervisionado por adultos que além de estarem presentes no grande jogo da vida dessas crianças, têm interesses em comum. Todos juntos fazem "diversão com propósito" e o propósito dos adultos é formar melhores cidadãos.

    Com pequenos atos e trabalhando em grupo as crianças vão crescendo em meio a um ambiente saudável que proporciona códigos de conduta tão necessários à vida em sociedade. A infância se distancia e aqueles garotos e garotas que cresceram juntos continuam se encontrando para viveram aventuras em uma fase de inúmeras descobertas. Experiências que continuam a ser valiosas para a formação dos jovens e que eles levam consigo para a vida.

    Depois de anos após a infância alguns ainda permanecem na turma, agora nem tão grande. A turma se esvaziou um pouco por desistências em seguir o ideal, por outras opções de vida, por acontecimentos que nem deram muitas opções e retiraram a vida de alguns da turma, por interesses divergentes, por cansaço e por outros inúmeros motivos que não nos foram contados.

    O que importa é que algo ficou. Marcas e boas recordações dos momentos que viveram na grande turma ficarão para sempre guardados. Algumas das crianças, hoje adultos, entendendo o propósito das diversões, permanecerão e tentarão proporcionar bons momentos a outros jovens que se interessam pela grande turma. Sempre em um ambiente divertido e com objetivos claros.

    Será que a grande turma é eficaz? Ela tem um objetivo: "formar melhores cidadãos". Tem cumprido seu papel? Se você se interessou pela história que de semelhança com a realidade só tem coincidências, aguarde o próximo artigo que tentará responder a essas perguntas e talvez colocará mais questionamentos. Aguarde a próxima edição!

E o Rondon, como vai?

Por Danilo Farias

    Dia 30 tivemos nossa Festa Junina. A alegria foi a principal marca do evento. O melhor de tudo é olhar para trás e ver que cada um fez sua parte e por isso a festa foi tão boa. Os escoteiros e seniores estiveram envolvidos desde cedo na preparação da infra - estrutura. Os pais ficaram responsáveis pelas comidas típicas e a comunidade esteve presente. Quem apareceu por lá pode perceber em cada sorriso, nos comprimentos de "tudo bem?" e até nos gritos de "bingo!", que realmente somos uma grande família.

Manual de Instruções–Como fazer (Quase) Tudo

Comendo em uma Jornada

    O dia amanhece. Mochila nas costas (ou na garupa de uma bicicleta) e lá vão pelo menos dois escoteiros ou escoteiras. Eles vão participar de uma das atividades mais gratificantes do Movimento Escoteiro: A Jornada. Serão bons quilômetros a pé e com a exclusiva companhia do seu parceiro. Mas, todas as tarefas e momentos inesquecíveis podem ser transformar em tormento se a atividade não for bem preparada. E, independente do tipo de jornada a alimentação é ponto fundamental para a boa conclusão desta atividade.

    Mas, aí temos um problema: Como conciliar peso (da mochila) e boa alimentação? A resposta é: bom senso e criatividade. Afinal, nossas costas vão estar levando uma grande quantidade de material. A primeira regra é: nada de botijões de gás! Se for precisar cozinhar algo, leve fogareiros descartáveis (daqueles em latinhas). A segunda é mais simples ainda: evite cozinhar! Ora, se todos os pratos e refeições necessitarem de fogo, das duas uma: ou você perde um tempão cozinhando (no fogo ou no próprio fogareiro descartável) ou vai se encher de peso para propiciar seu cardápio. Terceira regra: Invista em refeições secas ou de preparo rápido. Com isso, você vai ter que levar apenas uma panela e um refil de fogareiro (ora, a noite e o frio merecem uma bebida quente, não? E também pode-se aquecer algum item da refeição). Ah, não se esqueça do cardápio! Uma listinha vai abaixo:

  Granola;   Frutas secas (para a primeira refeição podem ser frutas frescas);   Leite, achocolatado (em embalagens pequenas);   Biscoitos;   Chocolate; (é bom já contar que ele vai derreter...)   Barra de cereais;   Chá, chocolate em pó e café;   Miojo (sim, o bom e velho Miojo!);   Comida desidratada (Macarrão, Risoto etc);   Amendoim;   Salame;   Polenguinho;   Bolo pronto (você não se importa em comer farelo, né?).  

    Observe que são itens que ocupam pouco espaço, de fácil divisão e – dentro do possível – variados. Seguindo estas dicas e inventando novos itens (lembre-se bom senso e criatividade!) você vai ter uma preocupação a menos na hora da pesagem...

 

(Cardápio colhido no sítio www.aveture-se.ig.com.br)

Viagem à poesia!

    Essa é uma nova seção de O Cerrado para aqueles que gostam de escrever e ler poesias. Aguardamos sugestões!

Razão de ser

Escrevo. E pronto. Escrevo porque preciso, preciso porque estou tonto. Ninguém tem nada com isso. Escrevo porque amanhece, E as estrelas lá no céu Lembram letras no papel, Quando o poema me anoitece. A aranha tece teias. O peixe beija e morde o que vê. Eu escrevo apenas. Tem que ter por quê? Paulo Leminski

Você é capaz?

Resposta do último desafio:

    Esse faz muito tempo. Lembram do desafio em descobrir o escoteiro em um grupo de 05 pessoas, sendo que as 04 que não são escoteiras dizem uma mentira e uma verdade alternadamente? Para descobrir o Escoteiro é preciso fazer duas perguntas a qualquer um deles. A primeira é: "Você é o escoteiro"? Se a resposta for "sim", pergunte então: "Quem é o escoteiro"? - Se for ele, apontará a si mesmo. Se não for, apontará o verdadeiro, pois estava mentindo na primeira resposta. Se a primeira resposta for "não", ele é um mentiroso que está dizendo a verdade. A próxima resposta será mentira. Pergunte então: "Quem não é o escoteiro"? E ele apontará o honesto.

Nesta edição o desafio é sobre letras, confira:

Um sênior foi comprar um saco de dormir. O valor era de R$ 48,00. Ele deu uma nota de R$ 50,00 e deveria receber dois reais de troco. Mas, o comerciante não tinha troco. Só uma nota de R$ 1,00. Ela a entrega e finge estar tudo certo. O sênior, que está na 2ª série do Ensino Médio, percebe a falha e reclama. Na maior cara-de-pau o vendedor diz poder provar, matematicamente, que 2 é igual a 1. Ele escreve as seguintes contas:

X =1;

 

X2 = X ; (multipliquei os dois lados da equação por X)

X2 –1 = X –1; (subtrai 1 dos dois lados)

(X + 1)(X – 1) = (X – 1); (Fatorei...)

X+1 = 1; (Dividi os dois lados por x –1)

Se X = 1, o resultado fica:

2 = 1

E então, o nosso amigo sênior deve aceitar o argumento do vendedor?  Respostas na próxima edição.

Ruim de dar dó!

Quatro policiais estadunidenses vêem um árabe carregado um pacote. Eles desconfiam, sacam as armas e perguntam:

  • O que você carrega aí nesse pacote!?

Assustado o árabe gagueja:

  • Á... á... gua...

  • Água? Você está mentindo!? Desembrulhe o pacote!

Com medo e vagarosamente, o homem coloca o pacote no chão e o desembrulha. Então os policiais notam que o tal pacote continha uma bomba d’água.

Porque você não disse logo o que continha o pacote? – perguntam os policiais.

E eu sou doido, por acaso? Com essa onda de atentados e com essas armas apontadas para mim, se eu começasse a falar que era uma bomba, vocês não iriam me deixar terminar!

O filho chega em casa, vindo da escola, e pergunta à mãe:

  • Mamãe, o que é sexo?

Assustada, ela larga o que está fazendo e se põe a explicar, começando pela sementinha, passando pelos animais, até chegar ao homem. O filho assiste um tanto surpreso àquela aula tão detalhada – o momento tem algo de solene. Ao terminar, a mamãe pergunta:

  • Entendeu, meu filho?

  • Entendi, mamãe. Só que isso tudo que a senhora falou não vai caber aqui dentro deste quadradinho...

Só então ela percebe que o filho traz na mão uma ficha para ser preenchida com nome, idade e sexo – onde só havia um espaço para colocar M ou F.

A vendedora diz à cliente da loja:

  • Desculpe-me, senhora, mas a seu dinheiro está um pouco úmido. Não poderei aceitá-lo.

  • Ah, aceite. Por favor. É que meu marido chorou quando me deu.
 

Pensar enlouquece... Pense!

"Se você quer ser feliz, seja." (Leon Tolstói)

"Fiz um acordo com o tempo: Nem ele me persegue, nem eu fujo dele". (Mário Lago - † 2002)

"Quem canta seus males espanta!".Ditado Popular Brasileiro

Erratas

Na edição passada, não encontramos nenhum erro crasso. Isso não quer dizer que não existam. Qualquer leitor que notar, está convidado a nos advertir. Não se preocupem, este espaço está aqui para isso mesmo...

Equipe de O Cerrado:

Ramo Sênior – Carolina Torres

Ramo Pioneiro –Danilo Pires e Enos de Souza.

Colaboradores - Jefferson Matos, Marcelo Xaud, Clóvis

Henrique e Thiara Torres

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